Embrapa Cerrados promove diálogo com ministérios para alinhar pesquisa agropecuária a políticas públicas federais 1x5x5f

Diretor do Departamento de Políticas de Gestão Ambiental Rural do MMA, Daniel Peter. 3t456

Na última quarta-feira (11), a Embrapa Cerrados promoveu um encontro de gestores e membros do seu corpo técnico e istrativo com representantes de cinco ministérios do governo federal.

A reunião foi realizada ao longo de todo o dia, na sede da unidade em Planaltina (DF), e teve como foco alinhar as demandas governamentais e as políticas públicas em curso à atuação estratégica da Unidade, fortalecendo o papel da pesquisa agropecuária no desenvolvimento sustentável do país.

Idealizado e organizado pela Embrapa Cerrados, por meio do Grupo de Trabalho para Revisão da Agenda Estratégica e do Núcleo de Desenvolvimento Institucional (NDI), o evento contou com o apoio dos programas de inovação LAB Cerrados, Lab Agrominas e Biofarm Lab dos Cerrados.

O encontro foi estruturado como um espaço de escuta ativa, no qual os representantes ministeriais apresentaram suas prioridades até 2030 e debateram como a Embrapa pode contribuir com ciência e inovação para o alcance dessas metas.

Participaram da reunião representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA), da Pesca e Aquicultura (MPA), da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), e da Educação (MEC).

As falas destacaram a importância de uma atuação integrada entre os setores de ciência, tecnologia e formulação de políticas públicas.

Para o chefe-geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, o evento representou uma oportunidade estratégica.

“Estamos revisando nossa agenda estratégica, que orientará o trabalho de pesquisa do nosso centro nos próximos anos. Ouvir diretamente os ministérios nos ajuda a direcionar esse trabalho de acordo com as necessidades da sociedade”, afirmou, destacando a importância de que a pesquisa esteja alinhada com as diretrizes governamentais.

O coordenador-geral de Planejamento e Inovação do MIDR, José Joaquim Carneiro, ressaltou a importância da articulação interinstitucional.

“Pensar políticas públicas que promovam complementariedade entre instituições não é comum. É essencial destacar iniciativas como esta, que fortalecem o planejamento integrado”, afirmou.

Ele destacou, em sua apresentação, dois programas prioritários do ministério: o Polo de Agricultura Irrigada e o Programa Rotas de Integração.

A relevância do diálogo também foi ressaltada por Daniel Peter, diretor do Departamento de Políticas de Gestão Ambiental Rural do MMA.

“Muitas vezes temos políticas públicas bem desenhadas, mas que carecem de base técnica sólida. Quando tratamos de temas como produção sustentável, mudanças climáticas e comunidades tradicionais, a pesquisa precisa estar no centro dessas soluções — e uma pesquisa diferenciada, comprometida com a transformação”, afirmou.

Entre as prioridades do MMA com potencial de cooperação com a Embrapa Cerrados, Peter destacou a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo.

“Ainda há uma grande carência de informações sobre a integração do manejo do fogo aos sistemas produtivos. Essa lacuna impacta tanto o controle de incêndios quanto as ações de mitigação das mudanças climáticas. É um ponto crucial para nós”, observou.

Ele também mencionou ações voltadas ao combate à desertificação, à mitigação dos efeitos da seca e iniciativas em formulação, como a capacitação de extensionistas rurais com foco em adaptação climática.

O tema das mudanças climáticas também foi abordado por Quêner Chaves, coordenador-geral das Cadeias Produtivas de Fomento e Inovação do MPA.

Ele destacou que, diante dos debates internacionais sobre segurança alimentar e clima, os alimentos aquáticos ganham relevância por sua menor pegada de carbono.

“Fortalecer a pesca e a aquicultura é fundamental não apenas pela inclusão social e conservação ambiental, mas também pela sua contribuição para uma produção mais sustentável”, defendeu.

Pelo MDA, o coordenador-geral de Pesquisa, Inovação e Patrimônio Genético, Zaré Brun — pesquisador da Embrapa Cerrados atualmente cedido ao ministério — apresentou o conjunto das ações que estão sendo desenvolvidas pelo ministério e focou nos avanços e perspectivas do Programa Nacional de Pesquisa e Inovação para a Agricultura Familiar e Agroecologia (PNPIAF).

O programa busca fomentar ações de pesquisa voltadas à transição agroecológica dos sistemas agroalimentares locais, à preservação dos biomas e à sustentabilidade dos agroecossistemas.

Zaré destacou o trabalho de fortalecimento da produção de sementes crioulas e agroecológicas, o desenvolvimento de bioinsumos e a criação de máquinas e equipamentos adaptados à agricultura familiar.

Segundo ele, o ministério também trabalha para criar mecanismos que garantam um fluxo contínuo de recursos destinados à inovação nesse setor estratégico.

“Nosso objetivo é fortalecer a autonomia e a resiliência da agricultura familiar com base em ciência e inovação”, completou.

Encerrando as apresentações ministeriais, o diretor de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Charles Okama, destacou as oportunidades de atuação conjunta entre o ministério e a Embrapa. Ele apontou caminhos para parcerias tanto em capacitação quanto em projetos de pesquisa, aproximando a ciência agropecuária dos sistemas de ensino técnico e tecnológico.

Juliana Caldas (MTb 4861/DF)
Embrapa Cerrado

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